Depois da Copa
Dom Demétrio Valentini
Terminou a copa do mundo. Os campeões têm direito a festejar, pela proeza de terem chegado vitoriosos ao final.
Mas todos podemos ter motivos de alegria, pelos valores positivos que apresentou esta copa do mundo, a primeira a se realizar no continente africano. O mundo tem uma grande dívida com a África.
É muito provável que ela tenha sido o berço da humanidade. Já isto seria motivo de olhar com respeito para a África. Mas nos séculos recentes, a África foi terrivelmente explorada, sobretudo pelas nações européias, que dividiram entre si os territórios africanos, para subjugá-los como colônias, postas a serviço dos interesses dos países dominadores.
Ainda hoje a África paga o pesado preço de ter sido espoliada pela Europa. As próprias fronteiras entre os atuais países africanos, impostas pelo processo colonizador, muitas vezes não correspondem às divisas entre povos e culturas diferentes. Este fato estimulou muitos atritos, que às vezes degeneraram em guerras fratricidas. Tudo porque forçaram populações homogêneas a se separarem, obrigando-as a conviveram com outras de culturas diferentes.
E assim daria para lembrar tantas injustiças cometidas contra a África, da qual se procurou explorar a força humana pela imposição da escravidão, e roubar suas riquezas, deixando para trás rastros de pobreza e de miséria.
Neste sentido, valeu a realização da copa do mundo na África do Sul, palco de descriminação racial por longo tempo, cujas consequências ainda permanecem em grande parte.
Se houvesse um vencedor a ser designado pelos objetivos de reparação de injustiças e de reconhecimento da dignidade dos contendores, este vencedor seria, sem dúvida, o povo africano.
Independente do campeão, quem merece nossa admiração e nosso apoio é o povo sofrido da África, que tem todo o direito de definir sua vida e traçar o seu futuro. Levantemos a taça, como brinde para o povo africano!
Teresa Norma
jul 29, 2010 @ 16:45:57
É verdade antes quando o mundo nao se via nao se falava, antes da globalizaçao podiamos esquecer e fingir que nada disso existiu, mas nao temos mais como virar as costas nem nos abster porque nao tem como dizer que nao ve, que nao sabe.