Junto ao povo, dom Angélico festeja 80 anos
Fonte: Site da Arquidiocese de São Paulo
“O dom dos pobres” – dom Angélico Sândalo Bernardino – festejou 80 anos de vida na sábado, dia 19, em missa na qual “os pobres do dom” – amigos e parentes – lotaram a Paróquia Santos Apóstolos, na Região Episcopal Brasilândia.
Como lembrou o Bispo no começo da missa, foi uma celebração para “louvar com alegria a Deus pelo dom da vida”, mas também, como indicava o comentário inicial, foi dia de rememorar a atuação de dom Angélico junto aos trabalhadores e aos excluídos e nos serviços de evangelização na Arquidiocese de São Paulo, como bispo auxiliar, entre 1975 e 1989 na Região Leste 2 (atual Diocese de São Miguel Paulista), e entre 1989 e 2000 na Região Brasilândia, e também na Diocese de Blumenau (SC), onde é bispo emérito.
Com o aniversariante, concelebraram os bispos dom Pedro Stringhini, de Mogi das Cruzes (SP), dom Antônio Gaspar, emérito de Barretos (SP), dom Fernando José Penteado, emérito de Jacarezinho (PR), dom José Negri, de Blumenau (SC), e os auxiliares de São Paulo, dom Sérgio de Deus Borges e dom Julio Endi Akamine. Dom Angélico lembrou que dom Milton Kenan Junior, auxiliar da Arquidiocese para a Região Brasilândia, não foi à missa, pois estava em Roma.
Os leigos tiveram intensa participação nos ritos da celebração, incluindo a homilia, que foi feita pela teóloga Célia Aparecida Leme e pelo professor Waldir Aparecido Augusti, além do padre Konrad Körner, do clero da Brasilândia. Com base no Evangelho do dia (Jo 2, 1-11), que narra o episódio em que Jesus transforma água e vinho, os três apontaram como atuação do Bispo transformou vidas.
Padre Konrad destacou que dom Angélico levou carinho às pessoas da periferia e nunca deixou de emitir opinião. “Para nós fica isso, de um lado, a obediência em relação à Igreja, mas também essa liberdade crítica de colaborar com a Igreja, buscando formas eficientes na dinâmica pastoral”.
Célia Leme enfatizou que o Bispo sempre se empenhou na transformação da violência e da miséria e incentivou atos de transformação social. “Essa caminhada toda de Igreja, de participação, de movimento, só foi possível, porque nós fomos animados, motivados e abençoados pelo nosso pastor”.
Waldir Aparecido Augusti recordou a atuação de dom Angélico com os mais pobres da zona leste da cidade e também o episódio do assassinato de Santo Dias da Silva, em 1979, quando o Bispo conseguiu que o operário fosse sepultado dignamente. “O vinho que o senhor nos ensinou a beber, dom Angélico, nos transformou em homens e mulheres com coragem, com fé, com perseverança, acreditando naquilo que é a maior verdade do Evangelho e que escolhestes como teu lema, nos ensinando que Deus é amor”.
Após a comunhão, o Bispo recebeu homenagens e mensagens de felicitação, entre as quais a do cardeal dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo, recordou a própria trajetória e revelou o que o motiva diariamente.
“O que me empolga na vida é esse amor profundo, que eu sinto, do fundo do meu coração, por Jesus”, expressou, “a grande alegria da minha vida é conhecê-lo, amá-lo, é poder proclamar com entusiasmo na Igreja, minha mãe e mestra, o seu Evangelho de amor e estar a serviço do Reino”, complementou.
O aniversariante também reafirmou seu amor aos mais pobres, “aprendi dos pobres o caminho de Jesus, o caminho da Igreja, e nosso caminho é o do Evangelho, é de sermos andarilhos do Reino, irmos ao encontro dos degradados, dos presos, dos famintos, dos drogados, dos prostituídos, e anunciar a eles que vale a pena vivermos em paz, no reino de paz”; e disse não temer o passar dos anos. “Tenho garantida, por Jesus, a vida eterna”.