Bispos debatem convergência de mídias
O desafio de anunciar o Evangelho na era digital, e por meio da convergência de mídias, foi discutido na quinta-feira, 7 de novembro, durante o Curso de Comunicação para Bispos. O evento, que se encerrou nesta sexta, 8 de novembro, tem despertado o interesse do episcopado pela comunicação para além dos veículos tradicionais.
Reconhecer o ambiente digital como espaço pastoral foi uma das proposições do teólogo e editor da revista italiana La Civiltà Cattolica, padre Antonio Spadaro. O teólogo ressaltou a urgência em se pensar e pôr em prática a pastoral digital. Assim como as tantas pastorais existentes na Igreja, esta criaria comunidades eclesiais com experiências e relações humanas, permitindo e valorizando a participação das pessoas. “As redes sociais não só transmitem mensagem, mas criam relações. A Igreja é chamada a construir humanidade”, afirmou o teólogo.
Padre Spadaro lembrou que a comunicação e o testemunho se complementam. “As palavras do papa Francisco sempre vêm acompanhadas de gestos. Se você não dá testemunho, as pessoas não entendem. Comunicar significa testemunhar. O anúncio do Evangelho que não passa por uma vida autêntica não transmite confiança”, explicou.
O doutor em ciências da Comunicação, Elson Faxina, refletiu com os bispos sobre “Convergências midiáticas na era da cultura digital”. O jornalista falou sobre a busca das pessoas pela inserção em uma comunidade. “Quando eu entro na internet, eu estou não só procurando outro, mas esta é uma busca de si no outro. Não mudou nada na vontade de pertencimento com a era da cultura digital. Tudo é como antes. O que há é uma pluralização de meios, o que mudou foi a forma de comunicar”, disse.
“Em nossa diocese a gente está usando a convergência de mídias para que as pessoas sintam essa sensação de pertencimento? A participação é a forma que temos das pessoas se sentirem gente”, questionou. “Os veículos de comunicação da Igreja precisam fazer a ponte com o nosso plano de pastoral. A rádio interagir com o jornal, com a televisão. A reportagem não é discurso. É história de vida. Temos ainda que inserir os jovens. Aproveitar e estimular o interesse e talento deles em relação às novas tecnologias”, acrescentou.
Fonte: CNBB