O Cristianismo: uma religião? Ou a saída da religião
Maria Clara Lucchetti Bingemer
Sempre nos pareceu muito evidente afirmar que o Cristianismo é uma religião. Pois na verdade isso não é tão claro assim. Cada vez mais a teologia se inclina por afirmar que o Cristianismo não pode ser definido como uma religião. O que significa isso? Na verdade, muitas coisas e que, se pensarmos bem, não irão nos parecer tão estranhas. Comecemos do começo. Ou melhor: comecemos por Jesus de Nazaré. Será que podemos afirmar que Jesus queria fundar uma religião?
Achamos que não. Jesus já tinha uma religião e não pensava em escolher outra. Era um judeu piedoso e fiel. O que o incomodava, justamente, era aquilo que os especialistas da religião haviam feito com a fé de Israel. Ao ler os quatro evangelhos, vemos claramente que a disputa de Jesus com os mandatários de sua religião se centra na distorção ou deturpação da imagem de Deus que os que se acreditavam donos da religião, do templo e da lei haviam feito. Haviam posto sobre os ombros do povo um peso tão absolutamente insuportável que era impossível de carregar. Um sem número de rubricas, ritos, prescrições.
Uma severidade implacável para com o cumprimento de todas essas mínimas normas e uma crueldade com as pessoas mais simples e humildes que não conseguiam cumpri-las por não terem condições de fazê-las. Jesus percebia que segmentos inteiros do povo eram declarados sem Deus: doentes, leprosos, pecadores. E que várias categorias de pessoas eram tratadas como cidadãos de segunda categoria dentro deste mesmo povo: mulheres, crianças.
A esses então Jesus anuncia uma boa notícia, um Evangelho: o projeto do Pai, o Reino é para eles também. Mais ainda: eles serão os primeiros a entrar, pois são humildes, se reconhecem pecadores, se sabem necessitados de misericórdia e perdão e não se acham donos inexpugnáveis e sobranceiros do dom de Deus que ninguém pode se arvorar em possuir.
Ao fazer isso, Jesus não queria atacar nem agredir a religião de seus pais, na qual havia nascido e a qual amava. Desejava apenas que a pureza do ideal da Aliança que sustentou a história e a caminhada de Israel pudesse continuar e crescer em toda a sua pureza. Porém por isso mesmo foi considerado blasfemo. Acusaram-no de agir contra a religião, de colocar em perigo a religião vigente que emanava do Templo de Jerusalém.
E por isso fazem um complô para matá-lo. E efetivamente o matam.É algo que deve fazer-nos pensar que quem matou Jesus não foi um grupo de bandidos e fora da Lei. Pelo contrário, foram homens considerados de bem, guardiães da ordem e da religião. Por crê-lo inimigo da religião de Israel, acreditaram dever eliminá-lo. Temiam que ele quisesse acabar com a religião e trazer uma nova religião.Na verdade a proposta de Jesus não é a de uma religião, e sim de um caminho: o caminho do amor, da justiça, da fraternidade.
O caminho da experiência de ser filhos de um Deus que é Pai bondoso, amoroso, misericordioso. E por isso, ser irmãos uns dos outros. Assim fazendo, Jesus desloca o eixo da presença de Deus do Templo para o ser humano. Anuncia que quando alguém está ferido á beira do caminho há que deter-se e socorrê-lo, atende-lo, com todo o amor e desvelo possíveis. E não ir correndo para o templo porque se está atrasado para a celebração.
Quem se detém e pratica o amor para com o próximo ferido e desamparado, encontra a Deus. Mesmo que seja um idólatra, como o samaritano do capítulo 10 do evangelho de Lucas. Mesmo que esse Deus se revele fora do Templo e das rubricas da Lei.Com a morte de Jesus e a experiência de sua ressurreição, seus seguidores começaram a anunciar seu nome e um movimento de fé começou a criar-se em torno dele. E essa fé necessitava de uma religião para expressar-se. Por isso tomou os ritos do judaísmo e acrescentou outros.
O Cristianismo nascente tentou ficar dentro da sinagoga. Não foi possível e o próprio Paulo, – judeu filho de judeus, circuncidado ao oitavo dia, da tribo de Benjamin, formado aos pés de Gamaliel – com muita dor na alma, foi quem chefiou o movimento de ruptura e ida aos gentios. Espalhou-se pelo mundo a nova proposta, cresceu e configurou todo o ocidente. Aquilo que começara humildemente em Nazaré da Galiléia, com o carpinteiro fazedor de milagres que chamava Deus de Abba – Paizinho tornava-se, sobretudo depois do século IV, a religião mais poderosa e hegemônica do mundo.
Foi preciso que houvesse a virada da modernidade, o declínio do mundo teocêntrico medieval, que o Cristianismo perdesse o poder que tinha de instancia normativa dentro da sociedade para que aparecesse a verdade inicial em toda a sua pureza. O Cristianismo não é uma religião. Ou, se for, é uma religião da saída da religião. É um caminho de fé que opera pelo amor, um estilo de viver, nas pegadas de Jesus de Nazaré, que passou pelo mundo fazendo o bem.O que isso quer dizer para nós hoje? Que tudo que é religioso é mau? De forma alguma.
Os gestos, os rituais, as normas, as formulas religiosas são boas desde que enunciem a verdade de uma fé, de um sentido de vida que se expressa na abertura a Deus e ao outro. E por isso são relativas. Pode ser que algumas expressões religiosas que foram muito adequadas a determinada época histórica sejam extremamente inadequadas a outra ou outras. O único absoluto é Deus. O resto… é resto mesmo. Isso é que, hoje como ontem, o Cristianismo é chamado a proclamar diante do mundo.
Tânia Serrano Ramos
ago 20, 2009 @ 14:06:04
… e quando sonhamos, *Ele* também sonha junto, quando rimos, *Ele* ri junto.
*Ele* sabe que tudo tem seu momento.
Que, na Terra, tudo passa e o que importa é a lição.
O que vale é o Amor real, que ilumina a vida.
Esse Amor do grande coração *d’Ele*, em nós.
Felizes os que sabem disso …
E vivem por tal ideal.
Tatiana Capille Salles
ago 21, 2009 @ 10:27:05
A fé que tenho em Deus, em nosso Senhor Jesus e em Maria, nossa mãe, é algo muito importante na minha vida , é realmente uma das coisas fundamentais em mim, pois ela me fortalece, me deixa mais alegre, mais feliz, mais corajosa, mais confiante, com mais esperança, enfim, me faz o que eu sou.
Todos passamos por bons e maus momentos, fases difíceis, períodos de preocupação, de tristeza , mas o importante é se fortalecer na fé.
Tento sempre incentivar às pessoas, com palavras de otimismo, de carinho, de fé.
Creio no Deus que é o milagre da vida, que se encarnou, que fomos feitos à Sua imagem e semelhança, afinal, Ele mesmo se fez como um de nós, veio conhecer o nosso modo de vida, as nossas dores e anseios, caminhou com doentes, famintos e miseráveis, consolou e curou suas feridas, restitui-lhes a dignidade de filhos de Deus; sofreu com maldades, mentiras e traições, mas Ele , não mentiu, nem enganou, ao contrário, foi fiel à sua missão, missão esta de puro amor e compaixão, e foi capaz de dar sua vida , por nós.
Que Deus atenda as nossas preces! E nos perdoe por nossos pecados. Amém.
Escrevi tudo isto, que é o que vai em meu coração, pois ao ler o texto abaixo postado, no Yahoo, fiquei com extrema vontade de expressar minha fé.
Compartilho agora o texto que li, sobre famosos que não acreditam em Deus, com certeza deverá existir muitos mais, infelizmente.
“ No dia 23 de julho, o ator Brad Pitt virou o centro das atenções e criou polêmica quando declarou em uma entrevista à revista alemã “Bild” que não acredita em Deus.
O astro disse que não é uma pessoa espiritualizada e que perde tempo pensando que se Ele existe, porque ninguém pode afirmar. “Sou provavelmente 20% ateu e 80% agnóstico. Não acho que alguém realmente saiba (se Deus existe). Você só vai descobrir, ou não, quando chegar lá. Até isso acontecer não existe porque ficar pensando no assunto”, disse.
Mas não é só o galã que já afirmou isso. Há uma lista de famosos que assumiram ser ateus, aqueles que têm 100% de certeza que Deus não existe, ou agnósticos, aqueles que apenas acham que isso nunca será descoberto.
Em 2002, a atriz Julianne Moore deu uma entrevista no Actor’s Studio e quando foi questionada sobre o que diria a Deus se o visse falou: “Uau, eu estava errada, você realmente existe”.
O ator Bruce Lee, que é considerado um Deus das artes marciais, disse em uma entrevista ao jornalista Alex Ben Block, em 1972, que não acreditava em Deus e quando foi questionado sobre sua religião respondeu “absolutamente nenhuma”.
O vocalista da banda Pearl Jam, Eddie Vedder, disse durante um show da banda no Seattle’s Memorial Stadium, em julho de 1998, que agradeceria aquele momento a Deus, mas não poderia fazer aquilo porque não acredita que ele exista.
Em 1988, o diretor e ator Sean Penn comentou em uma entrevista à revista “George” que era agnóstico.
O criador dos Simpsons, Matt Groening, disse ao jornal Denver Post, em 1999, que é agnóstico. “Mas eu definitivamente acredito em inferno – especialmente depois de ver a programação de outono na TV”, brincou.
O astro de High School Musical, Zac Efron, não ficou de fora. Em 2007, Zac deu uma entrevista para a revista Rolling Stone e disse que foi criado em uma família agnóstica e nunca praticou religiões.
Quando veio ao Brasil passar o réveillon em Copacabana, a atriz italiana Mônica Bellucci disse que é agnóstica. “Sou, embora respeite e me interesse por todas as religiões. Se tem algo em que eu acredito é em uma energia misteriosa, aquela que enche os oceanos durante as marés, a que une a natureza e os seres”, explicou.
O cineasta, roteirista, escritor, ator e músico Woody Allen disse que de vez em quando tem inveja das pessoas que são naturalmente religiosas, sem ter passado por lavagens cerebrais ou captadas por indústrias organizadas.
Jodie Foster é assumidamente atéia. Em 2007 disse: “Amo religiões e rituais mesmo sem acreditar em Deus. Celebramos as datas religiosas com as crianças e elas adoram. E quando perguntam ‘somos judeus?’ ou ‘somos católicos?’ digo que poderão escolher quando tiverem 18 anos”. Mas, em 2008, assistida por um monge shantoísta, a atriz fez uma saudação oriental na première do filme “Nim’s Island Japan”.
Em 1991, a atriz Katharine Hepburn disse ao Ladies’ Home Jornal que é atéia. “Eu acredito que não há nada que possamos saber exceto que devemos ser bons uns para os outros e fazer o que pudermos fazer uns pelos outros. Não, eu não acredito em Deus e, depois de viver, pretendo ter um longo e feliz descanso debaixo da terra”.
Durante uma palestra, Drauzio Varela desabafou e disse que virou ateu quando mordeu uma hóstia e viu que não saiu sangue de dentro dela. “Sempre que ouvia as aulas de religião no colégio pensava que aquilo podia ser mentira. Quando você começa a fazer isso com religião é devastador, porque é uma questão de fé. Religião não admite racionalidade”, finalizou.
Em 2007, o ator de Harry Potter, Daniel Radcliffe, disse para um jornal alemão que não acredita em Deus, mas acredita na teoria da evolução. “