Papa reconhece Dom Oscar Romero como mártir
O Papa Francisco autorizou, nesta terça-feira, a promulgação do decreto concernente ao martírio do arcebispo de San Salvador, em El Salvador, Dom Oscar Arnulfo Romero Galdámez, assassinado em 24 de março de 1980 enquanto presidia a uma celebração eucarística.
O arcebispo italiano postulador da Causa, Dom Vincenzo Paglia, falará nesta quarta-feira ao meio-dia e meia, hora local, na Sala de Imprensa da Santa Sé, sobre a Beatificação, proximamente, do arcebispo salvadorenho.
Entrevistado pela Rádio Vaticano, Dom Paglia – que é também presidente do Pontifício Conselho para a Família – expressa seus sentimentos:
Dom Vincenzo Paglia:- Estou realmente comovido porque depois de tantos anos, finalmente, se chega à conclusão deste longo processo, desta longa causa, e a alegria é redobrada. Não somente porque os pareceres foram unânimes, tanto da parte dos teólogos quanto da parte dos cardeais, mas também porque há um “quid providencial” no fato de Romero estar prestes a ser declarado Beato pelo primeiro Papa sul-americano da história. Um Papa que pede uma Igreja pobre para os pobres, o que Romero viveu até a efusão do sangue. É uma alegria que significa também uma grande responsabilidade para todos: ainda hoje testemunhas como Romero continuam presentes para dizer que o amor até o limite extremo, o de dar a vida, é aquilo que transforma o mundo e que dá esperança.”
RV: O processo que chega agora à promulgação do decreto reconhecendo o martírio de Dom Romero foi bastante longo. O que o senhor pode nos dizer a esse propósito?
Dom Vincenzo Paglia:- “O processo foi longo, meticuloso e superou todo tipo de problema e, graças a Deus, também todo tipo de oposição.”
RV: O que a Beatificação – proximamente – de Dom Romero, tem a dizer à Igreja de hoje?
Dom Vincenzo Paglia:– “Vejo Romero como um mártir da Igreja que brotou do Concílio, querida por aquela assembleia dos Padres conciliares que pediam que se tomasse o caminho do bom samaritano, colocando-se ao lado dos pobres e dos mais fracos, dos muitos meio mortos, e Romero se fez tão próximo destes que ele mesmo acabou morrendo.”
RV: Qual o maior ensinamento deixado por Dom Romero?
Dom Vincenzo Paglia:– “Era um homem de oração, um homem de Deus, um homem da Igreja, um homem das santas Escrituras, um homem de tradições profundas, que escolheu ficar no meio dos pobres, sabendo que o Reino de Deus, como diz Jesus, está no meio dos mais pobres e caminha com eles. É o ensinamento que une a figura de Romero aos muitos mártires de hoje e ao Papa Francisco, que busca levar-nos todos para o caminho de proximidade e de amor aos mais pobres.”
RV: Há uma frase ou um pensamento de Dom Romero que o senhor gostaria partilhar conosco?
Dom Vincenzo Paglia:– “Quando lhe pediram que se afastasse da arquidiocese porque circulavam vozes preocupantes concernentes à incolumidade sua, ele disse: o pastor está com o povo, sobretudo quando o povo é oprimido, jamais foge, mesmo que custe a vida.” (RL)
Fonte: Rádio Vaticano
Assista abaixo a uma seleção de vídeos sobre D. Oscar Romero:
teresa norma
fev 09, 2015 @ 11:41:12
A igreja nao parou de defender a liberdade e a justiça e em 1989 perdemos 6 jesuitas e duas leigas em El Salvador que continuaram a falar e a mostrar as atrocidades de um governo autoritario ditador que massacrava o povo
http://www.taringa.net/posts/info/7953032/Un-poco-sobre-los-Martires-Jesuitas-en-El-Salvador.html