Santa Virginia Bracelli
Esta santa me causa grande impacto e devoção. A Dama dos pobres, a louca de Genova. Esposa, mãe, viúva e fundadora de congregações. Ocupou sua vida com os abandonados, os rejeitados, abriu mão da herança e de todos os privilégios, esmolou pelas ruas de Genova diante de seus compatriotas que atônitos e depois escandalizados a chamavam de LOUCA!
Virginia, viúva aos vinte anos, consagrou sua vida a Jesus, fundou quatro escolas de preparação para o trabalho, dedicou-se aos idosos e aos doentes, sempre quis servir a Deus nos pobres.
Seu lema é questionador: Àqueles que ninguém quer!, viveu em tempos de carestia, epidemias, grande miséria.
O medo e a covardia nunca a atingiram, foi ao encontro dos evitados e mal falados, prostitutas e toda a sorte de miseráveis eram sua prioridade.
Virginia faleceu aos 64 anos em 15 de dezembro de 1651, seu corpo foi encontrado incorrupto.
Santa Virginia, rogai por nós! Uma de suas irmãs, da congregação que fundaste me ensinou a te amar e venerar. Irmã Maria Palmira, que agora está no céu, com Jesus e contigo a interceder por nós. O cálice que a Irmã Palmira me deu é lindo e guardo com muito carinho e uso nas celebrações da Páscoa. Irmã Palmira foi para o céu em 2000 e vive nos corações de tantas crianças que nasceram em suas mãos como eu, que agora envelhecido não a esquece e agradece a Deus por sua vida e pelas graças recebidas.
Marcelo Tiago
dez 17, 2008 @ 16:56:32
As vezes, a gente pensa que os santos viveram como as suas imagens dos altares: parados, passivos, esperando que as pessoas venham até elas. Mas a lógica da santidade parece ser bem outra. Santo é aquele que se deixa humanizar até as entranhas. Aquele que percebe a dor do outro e vai ao seu encontro, não apenas para resolvê-las, mas para questionar as causas da injustiça.
Como seríamos uma Igreja diferente se toda ela compreendesse a santidade como um compromisso com a dignidade humana. Isto nos faz inclusive, pensar que a santidade não deva estar vinculada necessariamente a um discurso moralista ( do tipo o santo é casto e não fala palavrao…rs), mas sim vinculado a um conteúdo ético (santo é aquele que vive o comprmisso deser gente entre a gente).
Assim, penso eu aqui com meus botões, que Jesus é o paradigma da santidade, não porque é poderoso ou está sentado num trono celestial. Mas justamente porque se fez frágil e foi ao encontro de nossas fragilidades. E ainda mais, venceu a morte justamente porque não se deixou chantagear pelo poder dominante.
O exemplo de Santa Virgínia, mas também o de tantos outros como Dom Romero e o nosso querdio Dom Luciano, nos provoca a revermos nossos paradigmas de santidade. E a nos tornarmos mais críticos e lúcidos diante dos compromissos – éticos, sociais, políticos – que a fé em Jesus exige.
Me atreveria a dizer também que a santidade é a superação da mera fé em Jesus para vivermos a mesma fé de Jesus na afirmação plena da dignidade humana!