A Semana Santa começa na Quaresma
Dom Edmar Peron
Para muitas pessoas, a Quaresma termina no Domingo de Ramos, quando se tem início a Semana Santa. Contudo, não é esse o ensinamento da Igreja, especialmente no documento sobre a preparação e celebração das festas pascais, de 16 de janeiro de 1988, chamado Paschalis Sollemnitatis, n. 27: “Na Semana Santa a Igreja celebra os mistérios da salvação, levados a cumprimento por Cristo nos últimos dias da sua vida, a começar pelo seu ingresso messiânico em Jerusalém. O tempo quaresmal continua até a Quinta-feira Santa. A partir da missa vespertina “da Ceia do Senhor” tem início o tríduo pascal”. O documento explicita, portanto, que (a) na Semana Santa fazemos memória de Cristo, nosso Salvador, desde sua entrada em Jerusalém até a sua ressurreição, passando pela crucifixão, morte e sepultura; e que (b) a Quaresma só termina quando damos início à celebração da Ceia do Senhor, ao anoitecer da Quinta-feira Santa.
Esses últimos dias da Quaresma incluem duas importantes celebrações: o Domingo de Ramos da Paixão do Senhor e a Missa do Crisma.
O Domingo de Ramos antecede a grande solenidade da Páscoa e dá início à Semana Santa; esse Domingo une num todo o mistério do triunfo real de Cristo (comemorado pela bênção e procissão com ramos bentos) e o anúncio da paixão (Liturgia da Palavra da Missa).
Nesse dia, em que a Igreja recorda a entrada do Cristo em Jerusalém para realizar o seu mistério pascal, somos convidados a demonstrar nossa fé, reconhecendo a Cristo como nosso Rei Redentor. Participando da procissão, como o povo aquele dia em Jerusalém, também nós vamos ao encontro do Senhor. Os ramos – abençoados para serem levados em procissão – conservados em nossas casas, nos recordam a vitória de Cristo e nossa vida de discípulos missionários. Durante essa celebração, as comunidades católicas de todo o Brasil realizam uma coleta como gesto concreto da Campanha da Fraternidade, esse ano, para sustentar projetos contra o tráfico humano.
O hino a Cristo Rei, proposto para a procissão, nos leva a cantar, no refrão: “Glória, louvor e honra a ti, Cristo rei, redentor!” E as estrofes desse hino relacionam a nossa ação com aquela dos que aclamavam a Cristo, que entrava em Jerusalém: eles levavam “seus ramos e suas palmas”, e nós hoje, oferecemos “nossos hinos, nossas almas”; eles festejaram a entrada de Jesus “que ao Calvário conduzia”, mas agora que ele reina, “bem maior é nossa alegria”.
E a Missa do Crisma, nesses dias que antecedem a Páscoa, é uma manifestação da comunhão dos presbíteros com o próprio bispo, no único e mesmo sacerdócio e ministério de Cristo; nela, o bispo, concelebrando com o seu presbitério, consagra o santo Crisma e benze os outros óleos. Esses santos óleos devem ser acolhidos nas paróquias, de modo a serem usados na noite da vigília pascal, para a celebração dos sacramentos da iniciação cristã. Momento oportuno será a procissão de entrada da missa da Ceia do Senhor, na noite da Quinta-feira Santa.
Preparemo-nos para celebrar esses dias santos que concluem a Quaresma e nos introduzem no Tríduo Pascal.
armandoleonardo
abr 08, 2014 @ 15:01:27
Durante esta Quaresma, devemos refletir,pensar mesmo sobre a Escravidao, e o Tradico Humano,como leigo, acho uma vergonha talves para o mundo, e principamente o Brasil, em pleno seculo XX1, acontecer isto. Pois foi para liberdade que Cristo nos libertou.