Amar, mas como Jesus amou!
Pe. Tarcísio Marques Mesquita
Amar: que bela palavra! Alguém, poeticamente, chegou a dizer: “Amar, verbo intransitivo.”. Em todos os meios de comunicação, esta palavra é pronunciada, promovida e usada para expressar bons sentimentos e belas atitudes humanas. Valeria a pena contar as vezes em que o verbo amar e o substantivo amor são pronunciados em, pelo menos, uma de nossas celebrações!
Não somente a nossa Igreja fala do amar. Todas as igrejas expressam, por meio dessa palavra, sua emoção face aos ensinamentos de Cristo e as formas que consideram ser o seu verdadeiro significado. Conjugando este verbo, Jesus, um dia, disse: “Amai-vos uns aos outros assim como eu vos amei!”. Amar é palavra comovente que nos reporta, de imediato, a rever, com a mente, os amáveis gestos do Bom Pastor. Cenas bíblicas memoráveis demonstram o quanto Jesus amou: na cura do cego, erguendo o paralítico e fazendo com que caminhasse, ressuscitando a menininha morta, multiplicando pães e peixes, chorando a morte de um grande amigo e morrendo, totalmente isento de culpa, no lenho da cruz.
Em tempos de diversidade, o “cristianismo” dividido em milhares de denominações, com templos que, a cada dia, nascem e se espalham pelas cidades, amar tornou-se algo perdido entre tantas outras preocupações contemporâneas. Para algumas igrejas, amar é cumprir preceitos descritos na Bíblia Sagrada: as mulheres usarem roupas compridas e cabelos longos, pagar o dízimo devido, não desobedecer as autoridades e aguentar firme a dor como um desígnio dado por Deus. Tem aqueles que, ainda mais preocupados com os ensinamentos bíblicos, determinam que outras igrejas nem cristãs sejam e, muito menos, serão capazes de merecer a salvação, pois “adoram imagens e oram para ídolos feitos de ‘pau e barro’”.
O “amar” cego, mais apego a posições severas que, certamente, amar autêntico – aquele como o de Paulo ainda não convertido e que joga as pessoas na condenação, falando mais de diabo e capeta do que de misericórdia para com o próximo – esconde e abafa o verdadeiro amar. Muitas vezes, ensimesmados, vivendo na contramão a máxima de Cristo, o “Amai-vos!”, cristãos e cristãs condenam-se, excluem-se, manipulam termos, textos e contextos, vilipendiando, exatamente, o que mais deveriam prezar e obedecer: amarem-se como Jesus os amou!
Amar é reconhecer a liberdade, ter o prazer da companhia de alguém que, muito amado ou amada, escolhe estar do nosso lado. Quem ama não condena, mas vive a missão de reunir e reconciliar. Amar é, por isso, mais do que simplesmente ser feliz. Amar é experimentar a felicidade de ter junto de si quem, também amando, nos defende, protege e faz prosseguir para o melhor viver. Amar educa o ser humano a compreender que ser feliz é algo menos duradouro que ter felicidade, pois nada melhor que a felicidade de ter junto de si quem vai nos amar na alegria ou na tristeza. Um dia, enfim, no reinado supremo do amar, a felicidade e o ser feliz se abraçarão, e, assim, sem cronologia – no tempo de Deus -, amar será, sem dúvida, verbo transitivo e transvisível.
Ignês Foglia
fev 05, 2009 @ 19:44:24
Caro Pe. Tarcisio.
Gostei muito da sua reflexão sobre o AMAR. O que voce diz, diz com propriedade, você tem estudo para isso. Quando li seu artigo, fiquei pensando: o que é o amor nos dias de hoje. Quando vemos tantos trabalhos sociais, tanta solidariedade com nossos irmãos catarinenses podemos afirmar é AMOR. Mas quando vemos o que aconteceu na favela Paraisópolis, os meninos que trabalham para o tráfico, exibindo armas nas ruas do Rio de Janeiro, a guerra lá do outro lado do mundo, eu pergunto, como podemos amar como Jesus amou? Hoje a falta de Respeito, de Tolerância de Ética etc… e a sobra de Egoismo de Ganância, o desejo de Ter e Poder fazem com que nós sintamos o Amor, muito longe, parecendo Utopia. Que Deus nos proteja para não perdermos de vista o “AMAR”. como Jesus amou – Com carinho Ignês