Beato Francisco Castelló
28 de Setembro
“Não menos edificante foi o testemunho dos demais mártires, como o jovem Francisco Castelló I Aleu, de vinte e dois anos, químico de profissão e membro da Ação Católica que, consciente da gravidade do momento não se escondeu, mas ofereceu a sua juventude em sacrifício de amor a Deus e aos irmãos”
(João Paulo II, na Homilia de sua Beatificação)
Francisco Castelló Aleu nasceu em Alicante, em 19 de abril de 1914. Aos Três meses morreu-lhe o pai. Sua mãe com os três filhos, Teresa, Maria e Francisco, retornou a Lleida, onde tinha família e casa. Recebeu as primeiras instruções de sua mãe, que era professora em Juneda, onde recebeu a Primeira Comunhão (1924) e morreu sua mãe (1929). Fez o bacharelado no Colégio dos Irmãos Maristas de Lleida (1924-30). Mais tarde foi estudar em Barcelona, no Instituto Químico de Sarriá (1930-33) e formou-se em Química pela Universidade de Oviedo.
Francisco, inteligente e profundamente religioso, foi um apóstolo precoce. Primeiramente em Barcelona, e mais tarde em Lleida, com os pobres de Canyeret, assim como com os trabalhadores da Casa Cros, onde trabalhava na área química. Esteve noivo de Maria Pelegrí, a quem dedica uma comovente carta.
Foi membro da Congregação Mariana e da Ação Católica e, posteriormente, da Federação dos Jovens Cristãos da Catalunha. Em julho de 1936 ingressou no exército, onde permaneceu por dez semanas. Por fim, deu testemunho de sua Fé diante do Tribunal Popular.
Às suas perguntas respondia com um forte “Sim, sou católico”, que lhe valeu a pena de morte. Morreu mártir no cemitério de Lleida, às 23h30 do dia 29 de setembro de 1936. Anos depois, (1958), iniciou-se sua Causa de Beatificação, que culminou, felizmente, em 11 de março de 2001, em Roma, com sua declaração de Beato pelo Papa João Paulo II. Sua festa se celebra em 28 de setembro.
Última carta de Francisco:
Querido Padre Galán:
Escrevo estas letras estando condenado à morte e faltando umas horas para ser fuzilado.
Francisco Castelló. Carta a sua noiva Maria Pelegrí: Querida Mariona: Nossa vidas se uniram e Deus quis separá-las.A Ele ofereço,com toda a intensidade possível,o amor que te professo,meu amor intenso,puro e sincero. Sinto tua desgraça,não a minha.Podes estar orgulhosa:dois irmãos e teu noivo.Pobre Mariona! Ocorre-me uma coisa estranha.Não posso sentir pena alguma por minha sorte.Uma alegria interna,intensa,forte,me invade por completo.Queria fazer-te uma carta triste de despedida,mas não posso.Todo eu estou envolto de idéias alegres como um pressentimento de glória. Queria falar-te do muito que amei,das ternuras que tinha reservado para ti,de quão felizes teríamos sido.Porém,para mim tudo isto é secundario.Tenho que dar um grande passo. Uma coisa quero dizer-te: casa-te,se podes.Do céu abençoarei tua união e teus filhos.Não quero que chores,não quero. Espero que estejas orgulhosa de mim.Teamo. Não tenho tempo para mais nada. Francisco. |