Crescer na Fé, levando-a às “periferias”

O Papa Francisco, em sua mensagem para o Dia Mundial das Missões deste ano de 2013, propôs sua reflexão, relacionando essa comemoração anual com a conclusão do Ano da Fé. Ele recorda que a fé “é um dom precioso de Deus”. O próprio Deus toma a iniciativa de nos procurar “quer entrar em relação conosco, para nos fazer participantes da sua própria vida e encher plenamente a nossa vida de significado, tornando-a melhor e mais bela. Deus nos ama!”. Ao mesmo tempo, a fé requer uma resposta de nossa parte, uma resposta dada na liberdade: “a fé pede para ser acolhida, ou seja, pede a nossa resposta pessoal, a coragem de nos confiarmos a Deus e vivermos o seu amor, agradecidos pela sua infinita misericórdia”.

Contudo, esse “dom precioso” não é oferecido a algumas pessoas reservadamente, “todos deveriam poder experimentar a alegria de se sentirem amados por Deus, a alegria da salvação”. Esse dom não é para que cada pessoa o guarde para si, mas, uma vez que o acolheu, precisa partilhá-lo: “se o quisermos conservar apenas para nós mesmos, tornamo-nos cristãos isolados, estéreis e debilitados”. O discípulo de Cristo é igualmente seu missionário; é um discípulo missionário. “O anúncio do Evangelho é um dever que brota do próprio ser discípulo de Cristo e um compromisso constante que anima toda a vida da Igreja”.

E continua o Papa: “Toda a comunidade é «adulta», quando professa a fé, celebra-a com alegria na liturgia, vive a caridade e anuncia sem cessar a Palavra de Deus, saindo do próprio recinto para levá-la até às «periferias», sobretudo a quem ainda não teve a oportunidade de conhecer Cristo”. Apenas celebrar a fé que professamos é pouco para o cristão; é preciso igualmente viver a fé, manifestando-a na caridade (cf. Tg 2,14-28). Professar a fé, celebrar a fé, praticar a fé, esse é o nosso ideal. Mas, lembremo-nos: “a solidez da nossa fé, a nível pessoal e comunitário, mede-se também pela capacidade de a comunicarmos a outros, de a espalharmos, de a vivermos na caridade, de a testemunharmos a quantos nos encontram e partilham conosco o caminho da vida”.

Feita essa introdução à Mensagem do Papa, convido você a meditá-la inteiramente; ela é facilmente encontrada na página do Vaticano: www.vatican.va, no subtítulo Mensagens. Isso nos ajudará a renovar nosso ardor missionário, pois “a missão renova a Igreja, revigora a sua fé e identidade, dá-lhe novo entusiasmo e novas motivações. É dando a fé que ela se fortalece” (João Paulo II, Redemptoris Missio, 2).

+ Edmar Peron,
Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo
Vigário Episcopal para a Região Belém