Cristo nos tira do túmulo
Dom Aloísio Sinésio Bohn
Um senhor me contou que foi numa festa, onde havia bastante jovens. Para colaborar no ambiente de alegria, convidou uma jovem para dançar. A menina fez um gesto de repúdio, dizendo: “seu velho, volte para seu túmulo”!
Na semana santa, Deus faz o contrário. Envia seu Filho Jesus Cristo até nós, porque nos ama. Cristo assume nossas dores e misérias, sobe o Calvário com a cruz, deixa-se crucificar e morre por nós. E mais: desce aos abismos profundos, toma o velho Adão pela mão e o devolve à luz, à vida e à esperança. Em Adão, Cristo traz de volta toda a humanidade.
A Páscoa é isto: Cristo ressuscita, vence o mal e a morte. Esta vitória é a nossa vitória.
Conseqüência? Na Páscoa somos convidados a renovar nossa esperança, pois somos amados por Deus. É lançar-se nas mãos de Deus e aceitar-se qual sopro e perfume de Deus. Além disso, temos a tarefa de fazer o que Jesus fez: tomar pela mão os fracassados e sofredores para devolver-lhes a alegria de viver. E qual Maria Madalena levar um pote de bálsamo aos marcados pela solidão, pela carência afetiva, pela doença incurável, pela velhice. É o que hoje se diz “Igreja samaritana”.
No mundo de mentira, de ódio, de maledicência, de violência e de guerra, ser presença de amor e de perdão. Como Jesus no Calvário: “Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem” (Lc 23, 34).
Jesus ficava triste com os fariseus “por causa da dureza de coração”. Na Sexta-feira Santa, em meditação junto ao túmulo de Jesus, é bom examinar-se: como vai minha compaixão pelos sofredores? Também eu posso estar afetado da “dureza de coração”.
Finalmente, Páscoa é alegria. Com sua ressurreição, Cristo nos abre o túmulo e nos agracia com a vida eterna. Apesar de tudo. Isto ele faz por graça, por amor a nós. Então clamamos: “Aleluia”!
Feliz Páscoa!