A assessoria de imprensa da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) desmentiu em carta a manchete do jornal Folha de S. Paulo sobre a posição da Igreja em relação ao Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH3), lançado pelo governo no final do ano.

Leia a íntegra:

A Folha de 16 de janeiro repercutiu a Declaração da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) sobre o 3º Programa Nacional de Direitos Humanos, lançado pelo governo federal no dia 21 de dezembro.

A reportagem é bem elaborada e retrata com fidelidade o conteúdo da declaração (e não “nota”, como foi escrito). Há, contudo, um erro grave no título da reportagem: “Plano de direitos humanos é “intolerante”, critica CNBB”.

Onde o jornalista leu isso? Em nenhum momento a CNBB fez tal afirmação. A própria reportagem desmente o título ao dizer que, na declaração, a CNBB afirma que o programa contém “elementos” de consenso que “podem e devem” ser implementados imediatamente. A CNBB disse que intolerante é a proposta de retirada de símbolos religiosos de estabelecimentos da União. A própria reportagem começa dizendo isso.

Pergunto-me com que intenção a Folha deu tal título ao texto e como não percebeu a incongruência entre o título e o texto. Um jornalismo assim não ajuda a formar opinião nem cidadania. Afinal, sabemos que, infelizmente, muitos leem apenas as manchetes dos jornais e as tomam como o conteúdo de toda a reportagem. Lamento profundamente esse deslize da Folha, que espero não ter sido intencional.”

GERALDO MARTINS DIAS, padre, assessor de imprensa da CNBB (Brasília, DF)

A Folha reconheceu a “falha” e publicou o texto abaixo na seção “Erramos” (no rodapé da página):

Estava impreciso o título da reportagem “Plano de direitos humanos é intolerante, diz CNBB”. A entidade considerou intolerante apenas a proibição, prevista no plano, de retirada de símbolos religiosos de estabelecimentos da União.

Veja a reprodução abaixo: