Dom Paulo Evaristo Arns, 90 anos
O franciscano Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo, completou 90 anos na quarta-feira, 14 de setembro. O cardeal esteve à frente da Arquidiocese de São Paulo de 1970 a 1998. Aposentou-se e desde 2007 leva uma vida retirada, na Congregação Franciscana “Fraternidade Nossa Senhora dos Anjos”, onde recebe auxílio de religiosas e religiosos para as atividades cotidianas. Sempre que tem disposição mantém hábitos de leitura, inclusive em outros idiomas, e chega a traduzir textos. Nos últimos anos, optou por uma agenda menos intensa e de raras aparições públicas.
Dom Paulo chegou a São Paulo em meio à ditadura. Logo se colocou como autoridade moral contra a violação de direitos humanos, com prisões arbitrárias e tortura, e deu respaldo para que grupos de resistência pudessem existir.
Nascido em Forquilinha, em Santa Catarina, no ano de 1921, Dom Paulo foi ordenado padre em 1945. Após cursar letras na Universidade Sorbonne, na França, uma das mais renomadas da Europa, retornou ao Brasil e passou a atuar em Petrópolis (RJ), na serra fluminense, onde permaneceu durante dez anos. Foi a partir da década de 1960, em São Paulo, que ganhou projeção como defensor dos trabalhadores.
O Brasil, além da repressão, passava por um momento de intensa migração para as cidades, que se inchavam e não davam condições dignas de vida às massas. Nas periferias, o religioso incentivou a formação e o fortalecimento das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), ressaltando a fé de que a Igreja Católica deve ser feita pelo povo, nas ruas, e não apenas nos templos.
Consagrado bispo em 1966, foi elevado a arcebispo de São Paulo em 1970. Até 1998, permaneceu como principal referência na Arquidiocese paulistana.
Ano passado, ao completar 65 anos de ordenação sacerdotal, Dom Paulo Evaristo Arns concedeu entrevista ao Pe. Cido Pereira, Vigário Episcopal para a Pastoral da Comunicação da Arquidiocese de São Paulo. Na gravação, ele conta como foi a vida de padre, o amor por São Paulo, a opção que fez pelos pobres e pela periferia, as qualidades que todo padre precisa ter e deixa uma mensagem de esperança:
(com informações da Rede Brasil Atual)