Na Idade Mídia…
Wanderley de Oliveira
Regulação do conteúdo da mídia é necessária, ocorre em outros países e não significa censura, diz ministro Franklin Martins.
A regulamentação nas comunicações eletrônicas, especialmente quando se tratam de concessões públicas, é uma tarefa que cabe ao Estado fazer, à sociedade discutir, ao Congresso legislar e às agências, depois, fazerem a regulação e fiscalizarem. É isso que, segundo o ministro chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Franklin Martins, ficou claro após o encerramento do seminário internacional sobre Comunicações Eletrônicas e Convergência de Mídias, na quarta-feira (10/11), em Brasília.
A reportagem do site O Arcanjo no ar esteve presente ao evento, primeiro para se interar do panorama nacional e internacional sobre o ambiente das convergências de mídias, que vem a ser na prática o que já realizamos em nosso sitio na rede mundial de computadores, que junta no mesmo veículo, jornalismo, fotografia, rádio e vídeo. Segundo para trazer as boas novas no campo da comunicação eletrônica para nossos prezados leitores. Terceiro para intervir nos debates para apresentarmos nossas propostas com vistas a ampliar a democratização dos meios de comunicação em nosso país.
Louvamos a iniciativa do governo em abrir este espaço democrático de debates sobre o tema. Mas notamos que ainda estamos longe dos objetivos de uma comunicação plenamente livre e democrática no país.
Segundo o jornalista Gabriel Priolli Neto, presente no evento, o processo político brasileiro é um dos fatores que obstruem o avanço do setor no país, segundo ele “não há ruptura nos pactos políticos, então o presente sempre tem que negociar com o passado anacrônico para estabelecer o futuro”. Partilha dessa visão uma “fonte” do Conselho Curador da TV Brasil, rede de rádio e televisão pública – “Num ambiente de convergências de mídias, as pessoas tem uma visão estreita, míope, pois desconhecem totalmente as novas tecnologias de comunicação”.
Para o relator do projeto de Lei nº 29, o deputado Jorge Bitar do PT/RJ, uma legislação que protegeria a cultura nacional e fomentaria a divulgação da cultura local e regional, ela não será votada este ano e tem dúvidas de quando será.
Outros ainda se manifestaram otimistas, para Luiza Erundina, deputada federal por São Paulo, considera que – “a eleição da nova Presidente pode garantir um avanço nessa discussão”; para o professor Laurindo Lalo Leal Filho da ECA/ USP – “as novas tecnologias criam uma perspectiva de novos atores, que querem assumir o protagonismo neste cenário”.
Sintomaticamente o diretor presidente do Grupo Bandeirantes de Comunicação (Rádio e TV Bandeirantes), Johnny Saad não quis atender a nossa reportagem. Esta é a postura, prepotência e arrogância, dos “senhozinhos” dos latifúndios da comunicação em nosso país. Apenas algumas famílias, não passam de dez, dominam a propriedade dos veículos de rádio, tv, jornais e revistas. Monopólios não combinam com uma sociedade democrática, principalmente os veiculos que são uma concessão pública. Urge a “reforma agrária no ar” neste país.
Já são 75 de milhões de usuários ativos na internet no Brasil. A voz das ruas, das urnas, agora também se fazem ouvir na frequência digital. Àqueles que pretendem, sejam no governo, na iniciativa privada a controlar as mentes, ou que só pensam na corrida do ouro, ponham as barbas de molho (hoje se diz: fiquem ligados), pois um novo padrão de comunicação está sendo gestado no país e no mundo.
A sequência de fotos abaixo dá uma ideia de como as imagens são captadas e transmitidas pelas ondas no ar: