Nossa Senhora Dolorosa do Colégio, Nossa Senhora , Todos Seus Nomes

 

No dia 20 de abril de 1906, às oito horas da noite, os alunos internos do Colégio dos Jesuítas de Quito, capital do Equador, tinham acabado de cear.

Os rapazes conversavam animadamente enquanto esperavam o momento de se dirigir à Capela onde fariam as últimas orações do dia. Três dentre os mais jovens alunos, os meninos Jaime Chaves, Carlos Herman e Pedro Donoso, que há oito dias tinham feito a primeira comunhão, aproximam-se repentinamente espantados com a notícia de que uma imagem de Nossa Senhora das Dores, que ficava numa parede próxima ao refeitório, estava abrindo e fechando suavemente os olhos.


Um dos meninos dirigiu-se ao Prefeito do Colégio Pe. Andrés Roesch, chamando sua atenção para o acontecimento. O padre, que conversava com outros alunos achou que o garoto estava brincando e o repreendeu. A testemunha insistia e os outros alunos tomaram conhecimento do que sucedera. O padre dirige seus olhos ao objeto de tanta admiração e acredita ser aquilo uma ilusão de ótica. Troca de lugar, observa a posição das lâmpadas elétricas, pesquisa se há algum objeto que produza efeito tão extraordinário, mas nada encontra que possa oferecer uma explicação satisfatória.

Os meninos agrupados em volta do Prefeito e do Inspetor, tomados de espanto e temor reverencial, seguem todos os movimentos dos olhos da imagem e, sem poder duvidar daquilo que presenciam, mantêm os olhos fixos na pintura que representa Nossa Senhora das Dores. Observam atentos o rosto aflito, a profunda palidez e o movimento de seus olhos que apresentavam uma espécie de animação das lágrimas que ela derramou por seu Divino Filho e por nossos pecados. Repetem a meia-voz, simultaneamente: “Agora abriu… fechou os olhos… agora abriu o olho direito… agora o esquerdo”. Várias pessoas que trabalhavam na cozinha saem para presenciar como os demais o acontecimento que se repete durante quinze minutos.

A notícia espalha-se pela cidade com incrível rapidez. Todo tipo de pessoas procuram o local, uns por curiosidade, outros por devoção. Todos desejam vislumbrar o humilde quadro, retirado do local do prodígio. E o acontecimento milagroso se espalha pela capital, depois por todo o país e até fora dele.

O arcebispo foi forçado a intervir. Ordenou que se tomassem informações concretas sobre o acontecimento e submeteu-as ao exame e consideração de uma junta teológica. Diferentes comissões, compostas de pessoas competentes na matéria, concluíram que o fato era realmente prodigioso e de ordem sobrenatural. Assim sendo, o prelado autorizou o culto à Santa Imagem, dando-lhe o título de “Dolorosa do Colégio”.