A pia tradição narra que exilado na Palestina, o mártir Santo Eusébio, bispo de Vercelli, encontrou três imagens sagradas da Virgem Maria esculpidas em madeira de cedro negro. Quando pôde voltar ele as transportou consigo. Uma doou à sua cidade natal, na Sardenha; uma mandou para santificar o Monte de Crea, nos Alpes piemonteses, pertencente à sua diocese. A terceira, a mais bonita e que seria obra do Evangelista São Lucas, designou para a igreja de sua sede episcopal, na França.

Entretanto, a perseguição contra os hereges arianos obrigou Santo Eusébio a se refugiar no vale d’Oropa, em Piemonte, Itália. E, novamente, carregou consigo aquela Sagrada Imagem mariana. Para esconde-la mandou escavar uma pequena capela numa pedra e inscreveu o ano 369 sob seu altar. Os discípulos logo se reuniram em torno dele e mais tarde, fundaram dois Priorados beneditinos. A devoção à Nossa Senhora d’Oropa iniciada entre os pastores locais, começou a ser difundida quando os monges ergueram uma igreja dedicada à ela, no ano de 1200.

Graças à esplendida moldura natural em que a capela foi inserida. Oropa rapidamente se tornou o maior Santuário mariano dos Alpes, meta dos fiéis devotos deste culto milenar das “Nossas Senhoras Negras”. Segundo os registros da Igreja, no curso dos séculos a Virgem d’Oropa intercedeu por inúmeros milagres e graças. A própria imagem mostra alguns aspectos prodigiosos, que podem ser observados por qualquer peregrino.

A primeira manifestação de Nossa Senhora em Oropa ocorreu quando, em 1516, os religiosos, para facilitar a chegada dos peregrinos decidiram transferir o Santuário para a vizinha cidade Biella. Mas a Virgem já teria escolhido Oropa como sua sede definitiva, porque a escultura ficou tão pesada que não foi possível fazer o transporte. Só depois que decidiram recoloca-la no altar da mesma igreja, a imagem voltou ao seu peso normal.

A devoção à Nossa Senhora d’Oropa entre a população de Biella não diminuiu por isto, ao contrário, ficou ainda mais vigorosa. E a procissão anual dos bielenses ao Santuário, no dia primeiro de maio, se tornou tradição. A festa anual de Nossa Senhora d’Oropa é no dia 15 de agosto, porém as peregrinações se intensificam também nas celebrações marianas de 08 de setembro e 21 de novembro.