O Papa verde
O Papa Bento XVI foi chamado o “Papa verde” por sua preocupação pelo meio ambiente. No ano passado fez instalar painéis solares para a geração de eletricidade nos tetos do Vaticano e neste ano mandou instalá-los em sua casa na Alemanha. Recentemente, o Vaticano instalou recolhedores solares de alta tecnologia para ajudar a climatizar suas dependências. O Vaticano passou a ser também o primeiro estado neutral em emissões de CO2, através do reflorestamento de bosques, que compensam suas emissões.
“É impressionante; eles estão fazendo o que muitos só dizem que se deve fazer e o fazem de maneira importante”, comentou Mark Hopkins, diretor da política energética da United Nations Foundation a Catholic News Service”.
“Em sua nova encíclica Caritas in Veritate, o Papa nos chama a valorizar a natureza como uma criação de Deus, ao mesmo tempo que rejeita os pontos de vista pagãos ou panteístas. “O crente reconhece na natureza o maravilhoso resultado da atividade criativa de Deus, que devemos usar de maneira responsável para satisfazer nossas legítimas necessidades, materiais ou de outra índole, respeitando o equilíbrio intrínseco da criação”.
Este presente não deve ser explorado com fins puramente egoístas, senão que “o meio ambiente é o presente que Deus nos faz a todos, e no uso que lhe demos temos uma responsabilidade para com os pobres, gerações futuras e com a humanidade em seu conjunto”. Desta maneira o Papa combina sua preocupação pelos pobres com sua preocupação pelo meio ambiente.
Em sua encíclica aplica sua visão à política energética. Assim como a administração Obama, também advoga pela conservação e o desenvolvimento de fontes alternativas de energia.
“As sociedades tecnologicamente avançadas [isto é, nós] podem e devem diminuir seus consumos domésticos de energia, argumenta, seja através da evolução nos métodos de produção ou através de uma maior consciência ecológica dos cidadãos”. Esta sensibilidade ecológica deveria levar à adoção de novos estilos de vida “nos quais a busca da verdade, a beleza, a bondade e a comunhão com os outros a favor do crescimento geral sejam os fatores que determinem as opções dos consumidores, a poupança e o investimento”.
Contrariamente à maior parte dos políticos americanos, também está preocupado por aqueles “países que carecem dos meios econômicos seja para obter acesso a fontes existentes de energia não-renovável ou para financiar a pesquisa sobre novas fontes”. Queixa-se que “alguns Estados, grupos de poder e companhias se apropriam de recursos energéticos não-renováveis” e isto “representa um grave obstáculo ao desenvolvimento de países pobres”.
Ele faz um chamado “a uma redistribuição global dos recursos energéticos, de maneira que os países que não os tem, possam ter acesso a eles”.
” Nenhum político americano diria algo assim, mas Bento XVI pode fazr isso e o faz porque sua visão do meio ambiente está motivada pela teologia, não pela política. No dia 10 de setembro disse que as pessoas devem “ver na criação algo mais do que a simples fonte de riqueza ou exploração pela mão do homem”. O presente da criação deve ser usado “responsavelmente e com respeito, tornando-o frutífero”. Já que no final, devemos ver a criação como “a expressão de um plano de amor e verdade que nos fala do Criador e de seu amor pela humanidade que encontrará sua plenitude em Cristo, no final dos tempos”.