O Vitor foi para a casa do Pai

Vitor

O Vitor, da Casa Vida, foi para a casa do Pai. Na noite de sábado para domingo, sofreu falência múltipla de órgãos e colite necrosante. Com 16 anos, ele estava internado na UTI do Hospital Emilio Ribas, em São Paulo. A comunidade velou o corpo na igreja São Miguel Arcanjo, de onde saiu para o enterro no cemitério Getsemani.

Seguem alguns depoimentos sobre o Vitor (da madrinha e das pessoas que cuidavam dele na Casa Vida):

O Vitor é um príncipe, um guerreiro que ensinou muito pra gente. Ensinou que a vida tem de ser uma luta todos os dias e que a gente tem de lutar por ela, seja na cama, seja trabalhando, tem que lutar por ela até o último momento enquanto tiver força. Ele passou isso pra gente. Era um guerreiro, um lutador, desde o primeiro momento em que ele entrou lá sempre lutou pra mostrar que a vida era boa e tinha de ser vivida.

Falar do Vitor não tem palavras, mas gestos de carinho, atenção, o lindo sorriso que vai ficar na memória da gente – ele não falava, mas só a expressão dele já dizia tudo. Ele, no sorriso, já dizia que estava bem, uma lágrima, que estava triste. O Vitor é a expressão da vida.

Tatiana (Casa Vida)

Do Vitor, só ficam coisas boas, lembranças inesquecíveis. O Vitor é como se fosse uma luz na minha vida. Ele me ensinou a amar, me ensinou a trabalhar, a valorizar as pequenas coisas, como os gestos de Vitor, um sorriso, um olhar que ficaram pra mim como um agradecimento, um muito obrigado. Além de mãe, cuidadora, sou madrinha do Vitor, ele é minha vida.

Ir. Léo (madrinha)

O Vitor é uma criança que chegou na Casa Vida sem falar, sem andar, mas ao toque ele sorria e eu conseguia perceber se ele estava feliz. Pela manhã, quando eu ia dar banho nele, ele tomava banho e fazia aquela expressão de felicidade, era uma pessoa satisfeita mesmo. Era uma pessoa que demonstrava: eu não falo, eu não ando, mas eu tô me sentindo bem, eu sou feliz aqui.

Então, quando alguém olhava pra ele e tinha piedade, eu falava assim: não tenha isso, porque ele é uma criança feliz, ele foi muito amado por todo mundo lá. Então, hoje quando vejo ele assim eu vejo que ele ganhou a liberdade. Como diz o padre Júlio, é um menino Jesus crucificado porque sofreu muito, mas ao mesmo tempo conseguiu demonstrar todo o prazer de viver, e lutou até o último minuto. Eu tenho certeza de que ele está do lado de Deus.

Angela (Casa Vida)

Trabalhei na Casa Vida I com o Vitor e tive o orgulho de trabalhar com ele, cuidar dele, de ajudar. O Vitor pra mim mostrou toda a força, ele foi um guerreiro na nossa vida porque ensinou tudo o que a gente precisava saber dentro daquela casa, a força, a coragem e a dedicação. Quando ele chegou lá, eu tinha medo de mexer com ele e ele me ensinou a cuidar dele. Eu sei que ele agora está do lado de Deus porque ele é um menino Jesus crucificado.

Maria Célia

Eu trabalhei 3 anos com o Vitor, mas ele me ensinou muito: me ensinou a amar, a ter paciência, ele foi um guerreiro, um lutador, um vitorioso. Então ele está junto de Deus, intercedendo por nós neste momento.

Vilma

O Vitor deixa uma saudade imensa. Quando eu entrei, eu tinha uma semana quando ele chegou – são quase 8 anos. Era uma criatura maravilhosa, ele se comunicava com a gente: a gente falava com ele, ele respondia com um sorriso; ele conhecia a voz de cada uma de nós. Ele deixa muita saudade, mas ele está bem, eu creio que está melhor do que eu.

Ele marcou muito aquela casa, todos nós; tem um pedacinho dele em cada um de nós.

Lourdes

2 Comentários

  1. Eunice Molina.Curitiba
    dez 22, 2008 @ 00:43:48

    Padre Julio quero que fique aqui meus sentimentos,pelo falecimento do Vitor. Sei o quanto o sr sofre quando isto acontece. Tbm quero dizer q admiro muito e felicito, tando ao sr,como tds os que trabalham ai na casa vida ,pelo amor,carinho,dedicação, com que as crianças da casa vida são cuidadas.

  2. Tarcisio Marques Mesquita
    dez 25, 2008 @ 03:45:14

    Meus queridos irmãos e irmãs da Casa Vida,

    Quero manifestar-lhes, nesta madrugada natalina, o meu pesar pela morte do menino, Vítor. Quero, também, louvá-los por todo o bem que vocês lhe fizeram. Não tenho dúvidas: vocês são, realmente, pessoas especiais. Tudo o que vocês realizam em favor da criança e da juventude provoca sorrisos em Deus. Não provoca somente a alegria de Deus! Claro que não só isso! Mas orgulho em muita gente que sabe que, na Casa Vida, o que jamais faltará é a vida de Deus; vida que transpira, respira e e perfuma o ar do convívio humano cde tanta bondade, enchendo este lugar de amor, o que estravasa por tantos cantos e recantos da cidade e dos nossos corações. O Vitor partiu. Ele prossegue. A morte não o retém. Na Casa Vida do Céu, ele sorri para vocês; será ele, um dia, quem lhes dirá: “Bem vindos à esta Casa Vida, esta do paraíso! Descansem! Agora, sou eu quem terá o prazer de lhes dar acolhida e lhes servir em resposta de gratidão por todo bem que me fizeram!”.