Santa Águeda (Ágata)

5 de Fevereiro

Santa Águeda nasceu em Catânia (Sicília), no seio de uma família nobre. Evangelizada ainda criança, apaixonou-se por Cristo e seu ideal de pureza, dedicando-se a Ele como esposa.

Com toda sua beleza e riqueza, acabou atraindo o Cônsul Quinciano, que desejou desposá-la. Mas Águeda já havia consagrado a sua vida ao seu esposo celeste, que a atraiu primeiro. Quinciano, inconformado, primeiro buscou a ajuda da feiticeira Afrodísia, que se deu por vencida diante da fé e da pureza de Águeda, depois, mandou prendê-la na Sicília, onde sofreria grandes torturas.

Vejamos um trecho do interrogatório feito por Quinciano, descrito nas Atas do seu martírio:

– Qual é a tua condição? Perguntou-lhe Quinciano.
– Sou de condição livre e de nobre nascimento, e disso ofereço testemunho toda a minha linhagem.
– Se és nobre e de ilustre família, por que te entregas à vida dos escravos?
– Sou serva de Cristo e por isso de condição servil.
– Se na realidade fosses nobre, envergonhar-te-ias de falar dessa maneira.

Perseverante na condição de cristã, foi esbofeteada e encerrada num funesto calabouço.

– Que resolveste a propósito da tua salvação? Perguntou-lhe o juiz.
– A minha salvação é Cristo.
– Insensata, pensa de novo, renega a Cristo e comigo partilharás honras e riquezas.
– És tu que deves renegar os teus deuses de pedra e de madeira, se queres libertar-te da morte eterna.
– Muda de resolução e farei cessar imediatamente o suplício.

Como não renegou a fé, foi submetida a torturas, aplicaram-lhe lâminas de ferro e cortaram-lhe os seios, ocasião em que ela teria dito: “Tirano cruel, não se envergonha de danificar numa mulher aqueles seios dos quais quando menino tirou o sustento para a vida?”

Segundo as Atas, ainda encerrada na prisão, teve uma visita do anjo do Senhor, que a curou imediatamente. No outro dia foi apresentada a Quinciano, que determinou que a arrastassem sobre um pavimento semeado de vidros e carvões acesos. Houve grande tremor de terra e morreu na prisão de joelhos em oração.

Um hino falsamente atribuído a S. Dâmaso, de autor posterior ao ilustre Papa ibérico, recolhe com devoção e arte as glórias da virgem siciliana:

“Hoje brilha o dia de Águeda, ilustre virgem;
Cristo une-a consigo e coroa-a com duplo diadema.
De ilustre prosápia, formosa e bela;
Mais ilustre, porém, pelas obras e pela fé, reconhece a vaidade da prosperidade terrena e sujeita o coração aos divinos preceitos.
Bastante mais forte que os seus cruéis verdugos, expôs os membros
aos açoites.
A fortaleza do seu coração mostra-a claramente o seu peito torturado.
Ao cárcere, que se converteu em delicioso paraíso, desce o pastor Pedro para confortar a sua ovelhinha.
Recobrando novo alento e acesa em novo zelo, alegre corre para
os açoites.
A multidão pagã que foge amedrontada, diante do fogo do Etna, recebe as consolações de Águeda.
A todos os que recorrem fiéis à sua proteção extingue-lhes Águeda os ardores da concupiscência.
Agora que ela, como esposa, resplandece no céu, interceda perante o Senhor por nós miseráveis.
E queira, sim, enquanto nós lhe celebramos a festa, ser-nos propícia a todos quantos deferimos as suas glórias”.

O martírio de Águeda aconteceu durante o império de Décio, no seu terceiro consulado, no ano de 251.

O povo costuma pedir a sua intercessão para protegê-lo contra a lava do vulcão Etna. Segundo contam, ela parou as lavas do vulcão depois do seu martírio.

Observando esse exemplo de fidelidade até o martírio, devemos pedir sua intercessão para os tempos de hoje, quando é propagada uma cultura do prazer, e a consciência de que somos templos do Espírito Santo, casa de Deus, pois fomos regenerados pelo sangue do Cordeiro, portanto, o nosso corpo foi santificado.

Nós, cristãos batizados, somos chamados a guardar a castidade, independente do nosso estado de vida. E Santa Águeda foi fiel ao seu propósito diante de Deus de permanecer virgem e pura, sem macular pelo pecado o seu corpo. Com certeza, a sua experiência com o amor de Deus foi tão profunda que resoluta decidiu-se a não dividir o seu coração com nenhum outro amor a não ser o dele.

Se não buscarmos uma experiência com o amor de Deus, que invade as nossas vidas e nos transforma, não teremos força para sermos fiéis até o fim, fraquejaremos diante das seduções que o mundo nos apresenta. Porém, se experimentamos esse amor, na oração e no dia-a-dia, certamente seremos fiéis como foi Santa Águeda.

A Igreja de hoje precisa de homens e de mulheres que busquem e testemunhem o ideal da pureza como essa Santa o viveu.

AS RELÍQUIAS

As relíquias da santa foram levadas a Constantinopla em 1040 por um general bizantino; em 1126 dois soldados (talvez franceses), Giliberto e Goselino, furtaram os restos mortais de Águeda, que foram entregue ao bispo Maurício no Castelo de Aci.

Em 17 de agosto de 1126, as relíquias voltaram ao duomo de Catânia, onde até hoje permanecem em nove relicários: cabeça e busto, mãos, braços, pés e pernas, as mamas e o Santo Véu.

Duomo Sant Agata- Catania

Duomo Sant Agata- Catania

Um Comentário

  1. Tânia Serrano Ramos
    fev 06, 2013 @ 10:06:00

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