Tríduo Pascal – nossa Páscoa – Sexta-feira da Paixão do Senhor
Na Sexta-feira Santa, dia de jejum e abstinência de carne, tem lugar a celebração da Paixão do Senhor. Acontece às três horas da tarde, hora em que Jesus morreu.
O evangelista João identifica a morte de Jesus num tempo diferente de Mateus, Lucas e Marcos. Ele faz coincidir a morte de Jesus quando eram sacrificados os cordeiros, ainda em preparação para a celebração da Páscoa. Tal como o cordeiro sacrificado na Páscoa dos judeus, Jesus é o novo cordeiro, cujo sangue derramado nos redime e tira o pecado do mundo.
A cruz não surgiu repentinamente na vida de Jesus de Nazaré. Ela foi consequência de uma opção radical pelo Pai e pelo Reino. Na fidelidade ao Pai, Jesus é fiel também aos pobres e aos pecadores, os quais o Pai ama e quer resgatar. Jesus não hesitou em defender os oprimidos. Condenou o poder e a riqueza construídos à custa da opressão, assim como as desigualdades sociais, as discriminações, as leis injustas que favoreciam apenas uma pequena parcela da sociedade. Não aceitou a hipocrisia e o uso da religião em proveito próprio. Anunciou o Reino de justiça, amor e paz, pois todos são iguais perante Deus, com os mesmos deveres e direitos. Essa maneira de agir acabou levando-o a ser condenado.
A sabedoria da razão humana porém não é suficiente para explicitar a experiência cristã da cruz. O seguimento exige a renúncia dos interesses pessoas que não estejam sintonizados com o projeto do Reino. Tomar a cruz e seguir o caminho do Mestre é enveredar pelo caminho do serviço na doação total, até a entrega da própria vida motivada pelo amor, a exemplo do Mestre. Sendo a vida o maior dom de Deus, se for colocada a serviço do Reino, jamais poderá ser perdida.
Liturgia da Palavra
1ª leitura: Is 52,13-53,12. O quarto canto do Servo Sofredor já é um profecia do mistério da Páscoa. É a nova significação do sofrimento, assumido como salvação para justificar as mutidões, e no qual se entrevê a glorificação final do servo fiel.
Sl 30 – Eu me entrego em tuas mãos.
2ª leitura: Hb 4,14-16; 5,7-9. Cristo, o sumo e eterno sacerdote, aprendeu a obediência pelo sofrimento, era o único capaz de compartilhar as nossas fraquezas e libertar-nos para sempre.
Evangelho: Jo 18,1-19,42. Paixão do Senhor. O Servo do Senhor tornou-se realmente o único sacerdote a oferecer-se a si mesmo ao Pai.
A oração universal ou dos fiéis é proclamada de forma solene e completa.
Adoração da cruz
A cruz velada é levada ao altar, acompanhada por dois ministros com velas acesas. O sacerdote, de pé diante do altar, vai descobrindo-a cantando a antífona Eis o lenho da cruz… Todos respondem: Vinde adoremos. Todos permanecem um momento adorando em silêncio, de joelhos. Depois, os fiéis se aproximam em procissão e beijam a cruz.
Comunhão
Neste dia, não se celebra a Eucaristia; apenas se distribui o pão sagrado na missa vespertina anterior. Todos se retiram em silêncio.
Tríduo Pascal – a nossa Páscoa
Paulinas