Via Sacra 2021

VIA SACRA 2021

Campanha da Fraternidade 2021 – CNBB – Fraternidade e diálogo: compromisso de amor. Ser um com Cristo só se faz possível no amor fraterno que não se limita aos irmãos da mesma Igreja, mas deve ser restabelecido entre todos e para todos. O mundo não precisa de palavras vazias, mas de testemunhas convictas, artesãos da paz abertos ao diálogo sem exclusões nem manipulações.

Primeira Estação – Jesus é preso e condenado à morte.

D. Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos!

T. Porque, pela vossa Santa Cruz, remistes o mundo!

Leitura do Evangelho de Jesus Cristo escrito por João – Jo 19,6-7.12.16 (ler na Bíblia)

 Reflexão: Os chefes religiosos condenavam Jesus por ter se feito Filho de Deus, condenavam-no pois não eram capazes de compreender sua proposta, estavam fechados em si mesmos e em suas leis. Uniram-se a César, ao poder destrutivo do Império Romano; uniram-se ao pecado do paganismo, para destruir a vida de quem andou por toda a parte fazendo o bem. “Eles o mataram, suspendendo-o no madeiro” (AT 10,39b).

Canto: Eu te abri o Mar Vermelho, tu me abriste o coração. A Pilatos me levaste, eu levei-te pela mão. Deus Santo, Deus forte, Deus imortal, tende piedade de nós! Deus Santo, Deus forte, Deus imortal, tende piedade de nós!

 D. Oremos: Senhor Jesus, auxilia-nos na promoção da vida integral. Que o exemplo de vossa vida, condenada pelo mundo, possa nos fazer trilhar o caminho da profecia em nossos tempos, como verdadeiros discípulos da verdade, rejeitando o mal e abraçando o bem. E, assim, possamos nós ser construtores de um mundo de paz, de unidade e de verdadeira concórdia.

T. Senhor Jesus, pela vossa Paixão, concedei-nos a paz e a unidade.

Canto: A morrer crucificado, teu Jesus é condenado, por teus crimes, pecador! Por teus crimes, pecador! Pela virgem dolorosa, vossa Mãe tão piedosa, perdoai-me, meu Jesus! Perdoai-me, meu Jesus!

 

Segunda Estação – Jesus carrega a cruz.

D. Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos!

T. Porque, pela vossa Santa Cruz, remistes o mundo!

Leitura do Evangelho de Jesus Cristo escrito por Mateus – Mt 27,27-31 (ler na Bíblia)

 Reflexão: Nesta segunda estação, meditamos, no suplício de Jesus, a arrogância humana. Os soldados, valendo-se de um poder terreno, riram-se do Senhor, cuspiram e zombaram do Rei dos reis. Cabe aqui uma pergunta: “quantas vezes as insígnias do poder trazidas pelos poderosos deste mundo são um insulto à verdade, à justiça e à dignidade do homem”? (Bento XVI). Não existe maior verdade do que o Cristo Crucificado, do que o Servo Sofredor!

T.  “Iluminai, Senhor, no nosso coração, para vos podermos seguir pelo caminho da Cruz; fazei morrer em nós o ‘homem velho’, ligado ao egoísmo, ao mal, ao pecado, e tornai-nos ‘homens novos’, mulheres e homens santos, transformados e animados pelo vosso amor! (Bento XVI)

D. Oremos: Guiai-nos, Senhor, pelo caminho da verdade, da justiça e da paz. Que compreendamos que a via dolorosa da Cruz nos purifica de nossos egoísmos, da nossa autossuficiência.

T. Senhor Jesus, pela vossa Paixão, concedei-nos a paz e a unidade.

Canto: Com a Cruz é carregado, e do peso acabrunhado, vai morrer por teu amor! Vai morrer por teu amor! Pela virgem dolorosa, vossa Mãe tão piedosa, perdoai-me, meu Jesus! Perdoai-me, meu Jesus!

 

Terceira Estação – Jesus cai pela primeira vez.

D. Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos!

T. Porque, pela vossa Santa Cruz, remistes o mundo!

Leitura do Evangelho de Jesus Cristo escrito por Lucas – Lc 4,1-14 (ler na Bíblia)

 Reflexão: A primeira queda de Jesus, quando o peso da Cruz se torna difícil de suportar, remete-nos à sua primeira tentação no deserto. Contemplamos,  na fraqueza da humanidade do Senhor, a nossa fraqueza. Ao cair por terra, o Senhor nos diz novamente: “Não se vive somente de pão” (Lc 4,4b). O Cristo caído e humilhado faz-nos refletir que o verdadeiro prazer é cumprir a vontade do Pai.

T.  “Ensina-nos a fazer a vossa Vontade, pois vós sois o nosso Deus. Que o vosso bom Espírito nos conduza por uma terra plana! (Sl 143[142],10)

D. Oremos: Senhor Jesus, que, ao contemplarmos vossa primeira queda, possamos compreender a vossa doação total. Que a vossa solidariedade de assumir as nossas faltas faça com que nos comprometamos com a caridade e o amor fraterno. Isso nós vos pedimos, Senhor Jesus, a vós que viveis e reinais para sempre.

T.  Senhor Jesus, pela vossa Paixão, concedei-nos a paz e a unidade.

Canto: Pela Cruz, tão oprimido, cai Jesus desfalecido, pela tua salvação! Pela tua salvação! Pela virgem dolorosa, vossa Mãe tão piedosa, perdoai-me, meu Jesus! Perdoai-me, meu Jesus!

 

Quarta Estação – Jesus se encontra com sua mãe.

D. Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos!

T. Porque, pela vossa Santa Cruz, remistes o mundo!

Leitura do Evangelho de Jesus Cristo escrito por Lucas – Lc 2,34-35 (ler na Bíblia)

 Reflexão: Que grandiosa graça recebeu Maria por ser a Mãe do Salvador. Mas tão grandiosa dor também recebera por saber que o seu amado filho passaria pelo sofrimento da Cruz. Se a noite do seu nascimento era esperada, a noite da agonia de seu suplício fora fortemente vivenciada por sua Mãe. Assim, “todos os tormentos – os flagelos, os espinhos, os pregos, a cruz – que atormentaram as inocentes carnes de Jesus, entraram ao mesmo tempo no coração de Maria” (Santo Afonso Maria de Ligório).

Canto: Que dor indizível, quando encontrais, com a Cruz às costas, bendita sejais.  Bendita sejais, Senhora das dores; ouvi nossos rogos, Mãe dos pecadores.

D. Oremos: Senhor nosso, que, ao contemplarmos as dores de vossa Mãe Santíssima, possamos também nós assumir com paciência as nossas cruzes. Pela Virgem Dolorosa, ouvi-nos Senhor!

T.  Senhor Jesus, pela vossa Paixão, concedei-nos a paz e a unidade.

Canto: Vê a dor da Mãe amada, que se encontra desolada, com seu Filho em aflição! Com seu Filho em aflição! Pela virgem dolorosa, vossa Mãe tão piedosa, perdoai-me, meu Jesus! Perdoai-me, meu Jesus!

 

Quinta Estação –  Simão, o cirineu, ajuda Jesus a carregar a cruz.

D. Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos!

T.  Porque, pela vossa Santa Cruz, remistes o mundo!

Leitura do Evangelho de Jesus Cristo escrito por Lucas – Lc 23,26 (ler na Bíblia)

 Reflexão: Um certo homem, que observava um estranho cortejo de condenados seguido por uma multidão, é conduzido a auxiliar um dos prisioneiros a carregar a sua Cruz. O Cirineu é cada um de nós, convidado a se colocar ao lado de Jesus e a carregar a Cruz junto dele. Ao nos aproximarmos daqueles que sofrem, ao estendermos as mãos aos necessitados, partilhamos de suas cruzes e cumprimos o mandato de Cristo: “Carregai os fardos uns dos outros; assim cumprireis as leis de Cristo” (Gl 6,2). Promover a paz, a unidade, é estender a mão e convidar os irmãos para que, juntos, carregamos as cruzes do dia a dia.

T: Ajudai-nos, Senhor, a carregar a cruz uns dos outros.

D. Oremos: Senhor Jesus, que a exemplo de Simão de Cirene, saibamos nós compartilhar das cruzes de nossos irmãos e irmãs. Nós vos rogamos que, pela prática da fraternidade, possamos construir um mundo em que reine a paz e a unidade.

T. Senhor Jesus, pela vossa Paixão, concedei-nos a paz e a unidade.

Canto: No caminho do Calvário, um auxílio é necessário: não lhe nega o Cirineu! Não lhe nega o Cirineu! Pela virgem dolorosa, vossa Mãe tão piedosa, perdoai-me, meu Jesus! Perdoai-me, meu Jesus!

 

Sexta Estação – Verônica enxuga o rosto de Jesus.

D. Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos!

T. Porque, pela vossa Santa Cruz, remistes o mundo!

Leitura do Livro do Profeta Isaías – Is 53,2b-5 (ler na Bíblia)

 Reflexão: Ao aproximar-se do Cristo desfigurado, Verônica observa a face mais humana de Deus, sem beleza, chagada. “Bem-aventurados os puros de coração, pois eles verão a Deus” (MT 5,8). Verônica é a imagem da caridade em meio ao sofrimento, ela fez o que todos deveriam ter feito, ela sentiu compaixão. Assim, no ato amoroso daquela mulher, o rosto do Salvador resplandeceu. “De fato, o Salvador imprime a sua imagem em cada ato de caridade, como o fez no lenço de Verônica” (São João Paulo II).

T. “Senhor, dai-nos a inquietação do coração que procura o vosso rosto” (Bento XVI)

D. Oremos: Bondoso Deus, que a contemplarmos a vossa face desfigurada, possamos ver tantos rostos desfigurados pela indiferença humana. Isso pedimos a vós, Servo sofredor, que viveis e renais para sempre.

T.  Senhor Jesus, pela vossa Paixão, concedei-nos a paz e a unidade.

Canto: O seu rosto ensanguentado, por Verônica enxugado, eis, no pano apareceu! Eis, no pano apareceu! Pela virgem dolorosa, vossa Mãe tão piedosa, perdoai-me, meu Jesus! Perdoai-me, meu Jesus!

 

Sétima Estação –  Jesus cai pela segunda vez.

D. Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos!

T. Porque, pela vossa Santa Cruz, remistes o mundo!

Leitura do Evangelho de Jesus Cristo escrito por Lucas – Lc 4,5-8 (ler na Bíblia)

 Reflexão: A segunda queda de Jesus faz-nos lembrar de nossas quedas diárias. A segunda tentação no deserto possui relação com os bens deste mundo, com as riquezas materiais. Jesus, ao cair novamente, mostra-nos a nossa fragilidade perante a tentação da riqueza, dos tesouros mundanos, de colocar o dinheiro no lugar que é de Deus. Sabemos que não podemos servir a dois senhores (Mt 6,24). Coloquemos o nosso coração nos tesouros dos Céus, na perfeição que vem de Deus. “Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me” (Mt 19,21).

T: “Ensinai-nos, Senhor, o vosso caminho, e fiéis a vós caminharemos; mantém íntegros os nossos corações para que temamos o vosso Nome” (Sl 86[85],11-12).

D. Oremos: Senhor Jesus, não permitais que o muro do materialismo se torne intransponível. Ensina-nos, Senhor, a viver apenas com o necessário e a combatermos as guerras travadas pelo poder da riqueza. A vós rogamos, Príncipe dos pobres, por toda a eternidade.

T. Senhor Jesus, pela vossa Paixão, concedei-nos a paz e a unidade.

Canto: Novamente desmaiado, sob a Cruz que vai levando, cai por terra o Salvador! Cai por terra o Salvador! Pela virgem dolorosa, vossa Mãe tão piedosa, perdoai-me, meu Jesus! Perdoai-me, meu Jesus!

 

Oitava Estação –  Jesus consola as mulheres de Jerusalém.

D. Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos!

T. Porque, pela vossa Santa Cruz, remistes o mundo!

Leitura do Evangelho de Jesus Cristo escrito por Lucas – Lc 23,27-28 (ler na Bíblia)

 Reflexão: Um forte lamento era escutado pelas ruas de Jerusalém. As mulheres choravam pois aquele pobre condenado sofria na carne um mal que não cometera. Jesus, consciente da profundidade do mal que habitava o coração dos condenadores, pede às mulheres que não chorem por Ele, mas, sim, pelos seus filhos. Que chorem, elas, pela humanidade que não aceitou o Salvador e o Reino que Ele anunciou. A advertência de Jesus confirma que “não se pode ficar pela superfície do mal; é preciso chegar até o fundo das suas raízes” (São João Paulo II).

T: “Os justos clamaram e o Senhor os ouviu, e de todas as tribulações os libertou. O Senhor está perto dos que têm o coração ferido, e salvará os de espírito quebrantado!” (Sl 34[33],18-19).

D. Oremos: Misericordioso Senhor, vós que olhais para aqueles que sofrem, que choram pela maldade humana, vós que consolais as vítimas do egoísmo e secais as lágrimas de tantas mães que veem os seus filhos perdidos neste mundo, nós vos pedimos que continueis a consolar-nos e a conduzir-nos para o caminho da dignidade plena para todos.

T. Senhor Jesus, pela vossa Paixão, concedei-nos a paz e a unidade.

Canto: Das mulheres piedosas, de Sião filhas dolorosas, é Jesus consolador! É Jesus consolador! Pela virgem dolorosa, vossa Mãe tão piedosa, perdoai-me, meu Jesus! Perdoai-me, meu Jesus!

 

Nona Estação –  Jesus cai pela terceira vez.

D. Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos!

T. Porque, pela vossa Santa Cruz, remistes o mundo!

Leitura do Evangelho de Jesus Cristo escrito por Lucas – Lc 4,9-13 (ler na Bíblia)

 Reflexão: A última queda de Jesus remete-nos à última tentação, Jesus é tentado pelo poder. Diante dessa realidade, “deve permanecer uma única palavra, que é a própria Cruz. A Cruz de Jesus é a Palavra com que Deus respondeu ao mal do mundo” (Papa Francisco). É na contemplação desse mistério, que podemos superar a tentação pelos poderes do mundo. O poder pelo poder é sinal de morte, de destruição, de divisão, de guerra. Busquemos o poder que vem do alto e promovamos a paz.

T: “Uma só vez Deus falou, estas duas coisas eu ouvi: o poder vem de Deus, e a ti, Senhor, pertence a misericórdia; pois a cada um retribuirás segundo as suas obras”. (Sl 62[61],12-13).

D. Oremos: Senhor Deus todo-poderoso, a vós confiamos nossa vida. Conduzi-nos pelo caminho da obediência e da humildade. Que possamos construir, pelo vosso poder, um mundo fraterno onde reine a vossa Paz.

T. Senhor Jesus, pela vossa Paixão, concedei-nos a paz e a unidade.

Canto: Cai pela terceira vez prostrado, pelo peso redobrado, dos pecados e da Cruz! Dos pecados e da Cruz! Pela virgem dolorosa, vossa Mãe tão piedosa, perdoai-me, meu Jesus! Perdoai-me, meu Jesus!

 

Décima Estação –  Jesus é despojado de suas vestes.

D. Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos!

T. Porque, pela vossa Santa Cruz, remistes o mundo!

Leitura do Evangelho de Jesus Cristo escrito por João – Jo 19,23-24 (ler na Bíblia)

 Reflexão: “Jesus é despojado das suas vestes. A roupa confere ao homem a sua posição social; dá a ele lugar na sociedade, faz com que se sinta alguém. Ser despojado em público significa que Jesus já não é ninguém, nada mais é que um marginalizado, desprezado por todos” (Bento XVI). É apresentado ao Pai como oferta pura: o corpo nu e dilacerado do Filho é a entrega ao Pai por toda a humanidade resgatada por suas Santas Chagas. A entrega das vestes é o rompimento com mais uma das prisões, a prisão da opinião alheia, das diferenças sociais. O Homem, verdadeiramente despojado, machucado e ferido pelo pecado, é o exemplo de um corpo humano no esplendor da Glória de Deus.

T: “Não quiseste vítima nem oferenda, mas formaste um corpo para mim”. (Hb 10,5b).

D. Oremos: Senhor Jesus, ensinai-nos a tratar a todos com igualdade. Que, despojados do velho homem, corrompido pelas paixões enganadoras, sejamos revestidos do novo homem, criado à imagem de Deus, em justa e santidade (EF 4,22-23).

T. Senhor Jesus, pela vossa Paixão, concedei-nos a paz e a unidade.

Canto: Das suas vestes despojado, por algozes maltratado, eu vos vejo, meu Jesus! Eu vos vejo meu Jesus! Pela virgem dolorosa, vossa Mãe tão piedosa, perdoai-me, meu Jesus! Perdoai-me, meu Jesus!

 

Décima Primeira Estação –  Jesus é pregado na cruz.

D. Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos!

T. Porque, pela vossa Santa Cruz, remistes o mundo!

Leitura do Evangelho de Jesus Cristo escrito por Marcos – Mc 15,25-32a (ler na Bíblia)

 Reflexão: Em torno das nove horas da manhã, crucificaram o Senhor. Não bastava a maldade da cruz, a condenação à morte, os homens continuavam a zombar dele. A humanidade continua a zombar dele: no sofrimento dos irmãos, na destruição da Criação, no egoísmo, no desejo de vingança. “Nas palmas das suas mãos trespassadas pelos cravos está escrito o nome dos que, com Ele, continuam a ser crucificados” (Via Sacra do Coliseu, 2002).

T: “Escreverei, Senhor, vossas chagas em meu coração, para que nelas eu leia a dor e o amor!”. (Santo Agostinho).

D. Oremos: Senhor Jesus, fazei-nos ler em vossas chagas o caminho seguro para a paz e a unidade. Que a vossa realeza inspire-nos a seguir vossos passos, no despojamento das riquezas do mundo e no difícil abraço à Cruz. Dessa mesma Cruz em que reinais, olheis por nós, vossos irmãos.

T. Senhor Jesus, pela vossa Paixão, concedei-nos a paz e a unidade.

Canto: Sois por mim à Cruz pregado, insultado, blasfemado, com cegueira e com furor! Com cegueira e com furor! Pela virgem dolorosa, vossa Mãe tão piedosa, perdoai-me, meu Jesus! Perdoai-me, meu Jesus!

 

Décima Segunda Estação –  Jesus morre na cruz.

D. Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos!

T. Porque, pela vossa Santa Cruz, remistes o mundo!

Leitura do Evangelho de Jesus Cristo escrito por Marcos – Mc 15,39 (ler na Bíblia)

 Canto: No mais alto do Calvário, morreu nosso bom Jesus. Dando o último suspiro, nos braços da Santa Cruz! Dando o último suspiro, nos braços da Santa Cruz! (Todos se ajoelham e contemplam a Cruz em um momento de profundo silêncio)

 Reflexão: Em sua entrega total, Jesus é reconhecido como Filho de Deus. Perante o ministério de Deus, crucificado e morto, é que reconhecemos sua identidade. Nessa hora de nossa Salvação, o mundo encontrou-se em trevas, era só escuridão. Mas da Cruz redentora um facho de luz iluminou os corações abertos para a Boa-Nova. Seus braços abertos acolhem e abraçam a humanidade.

T: “Senhor, “mostrai-vos novamente ao mundo nesta hora. Fazei com que a vossa Salvação se manifeste”! (Bento XVI).

D. Oremos: Pai amoroso, dai-nos força e ânimo para lutarmos em defesa da vida que supera a morte. Que, ao contemplarmos a indignidade do mal humano, sejamos estimulados a propagar a dignidade da fraternidade e à promoção do bem comum e da paz, fruto da unidade e da concórdia entre os irmãos. Isso vos pedimos, por Cristo, Senhor nosso.

T. Senhor Jesus, pela vossa Paixão, concedei-nos a paz e a unidade.

Canto: Por meus crimes padecestes, meu Jesus, por mim morrestes, quanta angústia e quanta dor! Quanta angústia e quanta dor! Pela virgem dolorosa, vossa Mãe tão piedosa, perdoai-me, meu Jesus! Perdoai-me, meu Jesus!

 

Décima Terceira Estação –  Jesus é descido da cruz.

D. Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos!

T. Porque, pela vossa Santa Cruz, remistes o mundo!

Leitura do Evangelho de Jesus Cristo escrito por João – Jo 19,32-34.38 (ler na Bíblia)

 Reflexão: No final daquele histórico dia, o Senhor morto é trespassado por uma lança. Sangue e água brotaram de seu lado aberto. Nessa chaga, recebemos, novamente, um convite como o de Tomé: “Estende a tua mão, coloca-a no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê” (Jo 20, 27b). A esse convite responderemos, confiantes, como o apóstolo: “Meu Senhor e meu Deus” (Jo 20, 28b)! Assim, após essa doação que não encontra restrições, o Corpo do Senhor é retirado da Cruz e entregue à sua mãe. “E de novo Jesus está inteiro nos seus braços como esteve no presépio de Belém, durante a fuga para o Egito, em Nazaré” (São João Paulo II).

T: “Ó Sangue e água que jorraste do Coração de Jesus como fonte de Misericórdia para nós, eu confio em vós!

D. Oremos: Senhor Jesus, trespassado pela lança, conduzi-nos pela via da misericórdia que nos concede a verdadeira paz. Isso pedimos a vós, Príncipe da Misericórdia, que viveis e reinais para sempre.

T. Senhor Jesus, pela vossa Paixão, concedei-nos a paz e a unidade.

Canto: Do madeiro vos tiraram, e à Mãe vos entregaram, com que dor e compaixão! Com que dor e compaixão! Pela virgem dolorosa, vossa Mãe tão piedosa, perdoai-me, meu Jesus! Perdoai-me, meu Jesus!

 

Décima Quarta Estação –  Jesus é sepultado.

D. Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos!

T. Porque, pela vossa Santa Cruz, remistes o mundo!

Leitura do Evangelho de Jesus Cristo escrito por Mateus – Mt 27,59-60 (ler na Bíblia) 

Reflexão: O Corpo do Senhor, despido, ultrajado, sem dignidade aos olhos do mundo, está repleto da dignidade que vem do Céu. Sua vida foi reflexo de “obediência e paz” (São João XXIII). Nicodemos unge-o com abundante óleo perfumado, símbolo do amor de Deus que transborda. É revestido com um lençol limpo, seu Corpo descansa, em paz, em um sepulcro. Mas, por detrás daquela grande pedra, a morte não terá a última palavra. A esperança vive em todos aqueles que amam ao Senhor. “Sabemos que tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8,28a).

T: “Só em Deus repousa, ó minha alma, pois dele vem minha esperança. Ele é meu Rochedo e minha salvação, minha defesa, jamais vou vacilar! (Sl 62[61],6-8)

D. Oremos: Senhor Jesus, fazei-nos compreender a vossa vontade e dai-nos coragem para caminhar. Que a esperança nunca nos seja roubada. A vós, que viveis e reinais para sempre pedimos.

T. Senhor Jesus, pela vossa Paixão, concedei-nos a paz e a unidade.

Canto: No sepulcro vos puseram, mas os homens tudo esperam, do Mistério da Paixão! Do Mistério da Paixão! Pela virgem dolorosa, vossa Mãe tão piedosa, perdoai-me, meu Jesus! Perdoai-me, meu Jesus!

 

Décima Quinta Estação –  Jesus ressuscita dos mortos.

D. Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos!

T. Porque, pela vossa Santa Cruz, remistes o mundo!

Leitura do Evangelho de Jesus Cristo escrito por Lucas – Lc 24,2-7 (ler na Bíblia)

 Reflexão: “Por que procurais entre os mortos o vivente? Não está aqui. Ressuscitou!”. A Morte não tem a última palavra, o pecado  não é o fim. Esse Senhor, vivo e ressuscitado, é quem nos concede a verdadeira paz. Aquela que brota da unidade de todos os que se reúnem em seu nome. Estando os discípulos reunidos, Ele apareceu e disse-lhes: “A paz esteja convosco” (Lc 24 36b). E assim se repete, por todos os séculos, quando estamos reunidos em seu nome. Ele está no meio de nós e nos concede a sua Paz!

 Canto: Por sua morte, a morte viu o fim. No sangue derramado a vida renasceu. Seu pé ferido nova estrada abriu. E neste Homem, o homem enfim se descobriu. Meu coração me diz: o Amor me amou e se entregou por mim, Jesus ressuscitou. Passou a escuridão, o Sol nasceu! A vida triunfou, Jesus ressuscitou!

D. Oremos: Senhor Jesus Ressuscitado, vós que sois a nossa paz, ouvi-nos para que todos os muros da divisão sejam rompidos e que a vossa comunhão brilhe entre nós. Vós que sois Deus, na unidade com o Pai e o Espírito Santo.

T. Senhor Jesus, pela vossa Paixão, concedei-nos a paz e a unidade.

Canto: Vitória, tu reinarás! O Cruz, tu nos salvarás! Brilhando sobre o mundo, que vive sem tua luz, tu és um sol fecundo, de amor e de paz, ó Cruz! Vitória, tu reinarás! O Cruz, tu nos salvarás! Vitória, tu reinarás! O Cruz, tu nos salvarás!

 

Encerramento da Via Sacra

D. Ao final desta caminhada, depois destas estações, queremos proclamar:

 T. “Ele é a nossa paz: de dois povos fez um só”! (Ef 2,14ª)

Reflexão: A Cruz do Senhor nos convida a colocar de lado as diferenças e a buscar tecer, juntos, um caminho de fraternidade e diálogo. A Campanha da Fraternidade Ecumênica deste ano reflete justamente isto: que fraternidade e diálogo são, para nós cristãos, um compromisso de amor. Queremos, ao final deste percurso, rezar com Jesus:

T. “Que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim, e eu em ti. Que também eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17,21).

Reflexão: Assim, encontraremos a paz nesse mesmo Senhor que nos comunica o Espírito da Unidade. Por isso, como filhos e filhas do Pai, rezemos a oração que o Filho nos ensinou:

Pai Nosso …

Ministro: O Senhor nos abençoe, nos livre de todo o mal e nos conduza à vida eterna.

Todos: Amém!

D. Vamos em paz e que o Senhor vos acompanhe.

T. Graças a Deus!